Bolsonaro teme cassação, amarela e nega elogios a torturador

27/04/2016 21:12

Da Redação

O 'valentão' Jair Bolsonaro (PSC) amarelou ao sentir, pela primeira vez, que pode ter seu mandato cassado por ter feito elogios ao torturador brilhante ustra (com minúsculas mesmo) durante votação do golpe contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados. Bolsonaro declarou que "ustra era o pavor de Dilma".

A OAB do Rio de Janeiro já protocolou pedido de cassação do deputado junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e à Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica. 

Além disso, até o dia 20.04 o Ministério Público Federal tinha recebido cerca de 10 mil manifestações de repúdio ao discurso de Bolsonaro. Caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhar a questão.

Bolsonaro, por sua vez, nega de forma covarde que tenha elogiado torturador, embora seu discurso tenha sido assistido ao vivo por milhões de pessoas em todo o país.

Segundo o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, há limites para a imunidade parlamentar e trata-se de um caso de discurso de ódio. “A imunidade é uma garantia constitucional fundamental à independência do parlamento, mas não pode servir de escudo à disseminação do ódio e do preconceito. Houve apologia a uma figura que cometeu tortura e também desrespeito à imagem da própria presidente. Além de uma falta ética, que deve ser apreciada pelo Conselho de Ética da Câmara, é preciso que o STF julgue também o crime de ódio”. (pragmatismopolitico.com.br)

O ídolo de Bolsonaro é apontado como responsável por ao menos 60 mortes e desaparecimentos em São Paulo durante a ditadura, e foi denunciado por mais de 500 casos de tortura cometidos nas dependências do Doi Codi paulista. A própria presidenta Dilma teria sido torturada por ele.

 

 

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