O Brasil é campeão mundial em violência contra professores

21/06/2016 18:19

 Imagem: pixabay

Atualmente, o Brasil encabeça o topo do ranking de violência contra o professor. Os dados são da enquete elaborada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgados em agosto de 2014. Aproximadamente 12,5% dos profissionais ouvidos relataram sofrer agressões verbais ou intimidações pelo menos uma vez na semana.

O índice é quase quatro vezes maior do que a média geral dos 34 países ouvidos, que foi de 3,4%. Em países como Coreia do Sul e Romênia, a taxa é zero. “As escolas brasileiras estão dentro de um contexto violento, não são entidades autônomas. O Brasil é um país violento e esses dados dialogam com isso. Assim, a escola não tem condições de resolver o problema sozinha”, explica Renato Alves, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).

Modelo desgastado

Para Alves, o quadro de violência também representa a falência do atual modelo pedagógico, no qual as crianças permanecem mais de uma década nos bancos escolares sem serem, efetivamente, educadas. “A educação é responsabilidade dos pais, mas isso não exime a escola de ter participação no processo. A escola é um espaço educador, no qual a criança tem a oportunidade de receber aquilo que não teve em casa”, opina.

A formação dos alunos pelos docentes, contudo, esbarra diretamente em uma questão de infraestrutura. Com mais de 70 alunos por sala, que condições o professor teria para educar? “É curioso, ainda, que os casos de violência sejam baixos tanto no ensino básico quanto no universitário. Provavelmente porque este aluno foi ‘expulso’ antes de chegar à faculdade”, reflete.

Além disso, Alves também credita o quadro de violência às relações criadas dentro do ambiente escolar. “Nesse espaço, falta giz, copo e papel higiênico. Se os funcionários e alunos não são tratados com dignidade, as relações que se formarão lá dentro serão indignas também”, completa.

Esta matéria, à exceção do título, foi escrita por Leonardo Valle e publicada no portal NET Educação

 

 

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