Política recessiva de Temer favorece o crime e prejudica até segurança das escolas públicas, diz delegado

05/06/2016 05:43

"Cortes nos investimentos em segurança favorece os ramos mais organizados do mundo do crime, como assaltantes de banco, traficantes de drogas e ladrões de automóveis. Medida complica também ainda mais a contratação via concurso público de novos policiais, o que pode prejudicar até as equipes que compõem os pelotões escolares"

Da Redação / Imagem: pc.pi.gov.br

O delegado Jetan Pinheiro (foto) faz importante alerta sobre cortes de gastos no setor social anunciados pelo presidente interino Michel Temer (PMDB) e os efeitos negativos que isso pode trazer à segurança da população de um modo geral. Diz o delegado que até as escolas públicas serão afetadas, em particular na questão da violência.

Segundo Jetan, que atua há 14 anos na Secretaria de Segurança do Piauí, menos dinheiro nesse setor, por exemplo, favorece os ramos mais organizados do mundo do crime, como assaltantes de banco, traficantes de drogas e ladrões de automóveis.

Ele explica que no caso das polícias civis, que têm a função de investigar e reprimir atos ilícitos, a diminuição nos investimentos vai piorar as operações necessárias ao desvendamento de crimes, pois o setor, para atuar com eficiência, precisa sempre se modernizar. 

Ora, pondera o delegado, com menos verbas ficará muito mais dificíl adquirir equipamentos tecnológicos imprescindíveis às investigações e contratar e treinar de forma adequada todo o corpo policial. Ou seja, corte de gastos significa piora no aparelhamento daquilo que é essencial ao sucesso de qualquer operação policial: seu setor de inteligência.

Segurança das escolas

O delegado Jetan Pinheiro falou também sobre como os cortes de gastos na área social podem agravar ainda mais a segurança nas escolas, tema que preocupa os profissionais do magistério, alunos e toda a comunidade escolar, em particular nas redes públicas estaduais e municipais. 

Jetan afirma que hoje a tarefa de dar segurança aos estabelecimentos de ensino é de responsabilidade dos pelotões escolares, como por exemplo no caso do Piauí. Ele diz, contudo, que quando se desloca um policial para esse tipo de tarefa, outras regiões das cidades ficam descobertas, o que facilita a atuação dos marginais.

Ora, se houver cortes de verbas, esclarece o delegado, fica mais complicada ainda a contratação via concurso público de novos policiais, o que pode prejudicar até as equipes que compõem esses pelotões que atuam nas escolas. 

O delegado Jetan Pinheiro, de formação progressista, pondera por fim que o problema da violência só será resolvido ou pelo menos amenizado de forma mais concreta quando as desigualdades sociais diminuírem de forma consistente no país. "E não é com cortes de verbas na área social que isso pode ocorrer", conclui.

 

 

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