Por Vanessa Guimarães, São Paulo | O golpe de Estado ora em curso no Brasil continua a fazer estragos. A vítima, desta vez, é o PSTU.  Após o setor majoritário da legenda tirar não se sabe lá de onde a esquisita política ultraesquerdista de "Fora Todos", que na prática só resultou mesmo no "Fora Dilma", 739 militantes de 20 estados do Brasil decidiram pular fora e partir para uma outra organização. Dentre os dissidentes, a vereadora Amanda Gurgel, a mais votada  de Natal, e o destacado intelectual Valério Arcary, até então um dos mais brilhantes quadros do partido.

Em Nota Pública, os que saíram alegam que não dava mais para se centralizar pela política sectária e de isolamento dos majoritários, seja em relação a defender o golpe contra a presidenta Dilma, seja quanto a alguns pontos internacionais. "Avaliávamos que a derrubada do governo do PT só teria um sentido progressivo se realizada pelas mãos da própria classe trabalhadora, por meio de suas próprias organizações. Ao contrário, se liderada pela oposição de direita, a derrubada de Dilma seria uma saída reacionária para a crise política; deseducaria os trabalhadores em sua tarefa de autoemancipação", afirmam os dissidentes.

Os que ficaram no PSTU, por sua vez, dizem em nota-resposta que o problema é porque "apareceram diferenças políticas, de programa e teoria. Pelo visto, parece que chegaram também à conclusão que os dissidentes sabem pouco de marxismo e são eleitoreiros, pois, como dizem ainda nessa nota: "Os companheiros dão uma importância às eleições burguesas maior do que elas deveriam ter para os revolucionários. Defendem que precisamos estabelecer, sistematicamente, alianças e frentes com partidos como o PSOL, que é uma organização reformista".  Ou seja, até o PSOL entrou como culpado na separação.

Por falar em PSOL, fonte ligada à vereadora Amanda Gurgel diz que ela poderá ir para esse partido. A vereadora, contudo, ainda não se pronunciou sobre isso. O PSTU, com o seu ultraesquerdismo, parece que vacilou.