PSTU E PSOL – Os patinhos radicais da FIESP

05/04/2016 18:42
A proposta de eleições gerais evidencia o oportunismo do PSTU e PSOL. Estas organizações estão dando um abraço de tamanduá nos trabalhadores, que eles tanto dizem defender. Na verdade, se tornaram os patinhos radicais da FIESP

Por *Albetisa Moreira Está em curso no Brasil um golpe de Estado para derrubar a presidenta Dilma e, a partir daí, instalar um período de terror para os trabalhadores, onde as organizações de esquerda, movimentos populares, sociais e democráticos serão duramente perseguidos. A proposta de impeachment da presidente, e a execração pública de Lula, é parte fundamental para o golpe. Forças reacionárias, a serviço de interesses imperialistas, planejam e executam tal política. Quem são os golpistas? 

Os golpistas são os setores mais reacionários do país, aliados do imperialismo que querem derrubar governos que tragam qualquer nível de empecilho aos interesses dos conglomerados econômicos internacionais, que estão de olho nas reservas do pré sal, no mercado das contribuições previdenciárias e também nas empresas públicas que ainda restam ser privatizadas. 

O impeachment é apoiado pela extrema direita, setores reacionários, neoliberais, como o PSDB, DEM e seus satélites PPS, PSB e PRB, partidos que estão mergulhados até o pescoço em denúncias de corrupção e mais uma dezena de siglas de aluguel, que parasitam no Congresso. 

O processo é liderado pelo hoje intocável imperador do Brasil Eduardo Cunha, que comanda com mãos de ferro, e por Michel Temer - o Joaquim Silvério do governo. Há ainda na linha de frente do golpismo José Serra, FHC, AlcKimin e Gilmar Mendes, nos bastidores. O golpismo como sempre conta com apoio dos veículos de comunicação (Globo, Folha de São Paulo,Veja ,Band etc ), e do Judiciário, que tem o papel de legitimar a trapaça e fechar os olhos para os abusos e o partidarismo do juiz Sérgio Moro. 

Os golpistas apoiam com fervor o fim da legislação trabalhista, através da prevalência do negociado sobre o legislado. Chegam ao ponto de defender uma reforma na previdência que mulheres e homens contribuam por mais anos e que não haja diferenciação no fator idade para aposentadoria, que hoje é 30 anos para mulher e 35 para homens, um grande prejuízo. Nessa lógica, categorias como professores perderiam a aposentadoria especial.

Para completar o pacote, outro ataque seria no direito de greve e na estabilidade dos servidores públicos, também alvos dos partidos pró impeachment. Além da previdência e da CLT, sistemas públicos de ensino e o SUS estão também na alça de mira dos golpistas. 

Uma entidade, que hoje é a maior patrocinadora do golpe, junto com a Globo, é a Fiesp(Federação das Industrias do Estado de São Paulo) que tem promovido uma ousada campanha para derrubar Dilma. Financia as manifestações pró impeachment, inclusive promove ações de milicianos fascitóides, que atuam atacando a população que se posiciona contrária às posições golpistas e promete fazer uma campanha ofensiva pra pressionar cada parlamentar no congresso a votar pelo impeachment. 

A Fiesp não mede esforços e promete ir até às últimas conseqüências para derrubar o governo e promover sua pauta conservadora. A Fiesp é a expressão máxima do reacionarismo. Seu interesse no golpe é que o novo governo elimine de uma vez as mínimas garantias trabalhistas e sociais citadas acima. Com isso ela se coloca na linha de frente pelo golpe! Inimiga número 1 do trabalhador . 

O BRAÇO ESQUERDO DO GOLPE! 

O golpe é feito a várias mãos e, por incrível que pareça neste momento, em que setores democráticos populares, nacionalistas, ativistas sociais, intelectuais e artistas vêm a público gritar pela democracia, outros setores, considerados radicais, ultra esquerdistas, passam a engrossar o coro golpista da FIESP e da direita reacionária.Trata-se do PSTU e da ex candidata a presidente pelo PSOL, Luciana Genro. O PSTU, de forma irresponsável e sectária, convoca uma palavra de ordem que só faz sentido nas nuvens: O "FORA TODOS!"

Ora, sabemos que política se faz na realidade. Tentar passar a ilusão para os trabalhadores que neste momento a conjuntura permite derrotar toda a burguesia é no mínimo uma irresponsabilidade. Como isso seria possível? Através de uma revolução? 

Já sabíamos que nas entidades onde esta organização PSTU dirige eles são pelegos, anti greves, moralistas e pequenos burgueses, mas que são golpistas e servis à Fiesp foi a grande surpresa. Até mesmo a Força Sindical, central reconhecidamente ligada a interesses dos empresários, há divisão a respeito do golpe. Enquanto isto, PSTU e Conlutas são 100 por cento golpistas! Colocam Fora Todos porque ficaria evidente demais colocar só o Fora Dilma.

Apoiam o juiz Sérgio Moro e não vê grandes problemas na cobertura dos veículos de comunicação tipo Globo. Convoca ato no dia 1 de Abril e é muito bem recebido pelos fascistóides da FIESP, em plena Avenida Paulista. Até o Jornal Nacional dá cobertura ao PSTU. 

No PSOL, um partido de caráter eleitoral e nada revolucionário, o que vemos até as manifestações do dia 31 foi uma posição completamente murista, principalmente dos parlamentares. Com a ofensiva da direita, muitos setores dessa agremiação já se posicionam contra o golpe, porém muitos continuam de braços cruzados. 

A posição de Luciana Genro, ex candidata a presidente, revela que ela está a reboque do PSTU. Além disso, é uma oportunista de mão cheia, querendo capitalizar apoio dos setores insatisfeitos com o governo para seus projetos políticos futuros.

A proposta de eleições gerais evidencia o oportunismo do PSTU e PSOL. Estas organizações estão dando um abraço de tamanduá nos trabalhadores, que eles tanto dizem defender. Na verdade, se tonaram os patinhos radicais da FIESP.

*Albetisa Moreira é professora, Teresina-Pi

 

 

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