Truques que a grande imprensa usa para manipular ou tentar manipular a população

Por Samira Reis, Rio de Janeiro-RJ

Dizem que a imprensa é uma espécie de quarto poder. No mundo contemporâneo, no entanto, a chamada "grande mídia" muitas vezes se confunde com o próprio poder. É a "grande mídia" que, na prática, faz a cabeça da população e direciona governos para atender a interesses de grandes grupos econômicos, dentre os quais ela própria se inclui. A "grande imprensa", no geral,  não faz jornalismo. Faz propaganda, direta ou sutil. E atende a quem lhe pagar melhor.

Alguns truques usados para favorecer poderosos e que as pessoas nem percebem. No Brasil, os campeões disso são Globo, Folha de São Paulo, Estadão e Veja.

Abaixo, quatro situações:

  1. Uso de palavras bonitas (os chamados eufemismos) para mascarar medidas ruins ao povo. Ex.: Em 2015, quando Geraldo Alckmin (PSDB) tentou fechar dezenas de escolas em São Paulo e transferir alunos para bairros distantes de suas casas, a "grande mídia" deu a isso o simpático nome de "reestruturação escolar". 
  2. Uso de expressões duras para desqualificar iniciativas da população. Ex.: Quando  estudantes reagiram a essa medida do governador tucano e ocuparam estabelecimentos de ensino, a "grande imprensa" estampou que "escolas foram invadidas em atos de vandalismo".
  3. Concessão de longos espaços para os que detêm poder e praticamente nada aos que lutam por direitos. Ex.: Em toda greve de trabalhadores se vê isso. Quando entrevistam o patrão ou o governo, a conversa é num confortável estúdio, e as perguntas (vocês sabiam?) são geralmente combinadas antes. É dado o tempo suficiente para que o poderoso passe uma versão totalmente mentirosa mas que, ao final, no mínimo vai deixar a populaçãp confusa sobre o que está sendo revindicado pelos trabalhadores. Quando chega a vez de entrevistar o sindicato, é tudo muito rápído. Dez segundos, geralmente. Além disso, a entrevista é gravada e editada, de modo a que o foco da mensagem fique prejudicado ou nem sequer apareça.
  4. Uso de divagações, rodeios, quando o tema é prejudicial à população. Ex.: Isto ocorre muito diante de anúncios de medidas governamentais. Ex.: Para ocultar que determinada medida é ruim, noticia-se superficialmente apenas que "o projeto trará mudanças necessárias". Mas não explica que medidas necessárias são. 

É preciso considerar, no entanto, que com o advento da internet e redes sociais, a situação da "grande mídia" mudou um pouco. Hoje existem muitas páginas alternativas, em todos os países, que permitem uma veiculação mais correta dos acontecimentos. 

 

 

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